Entenda como manter a identidade visual da sua marca em diferentes canais

Quando falamos sobre marca, é importante enfatizar que ela vai muito além de seu logotipo. Em outras palavras, a forma de se expressar não se resume apenas ao nome e ao símbolo da empresa. Devemos pensar nas identidades visual e verbal, que juntas compõem a personalidade que queremos transmitir. Os elementos visuais que ajudam a comunicar podem ser fontes, cores, estilos fotográficos, ilustrações e grafismos e devem ser todos pensados e elaborados em cima das mesmas diretrizes ao criar o logotipo. Ao fazermos isso, reforçamos a assimilação e coerência da identidade visual da marca.

Assim, na relação com o público, é criado um espaço de reconhecimento sem que seja necessário reforçar excessivamente a marca para que ela seja identificada. Isso vale para qualquer forma de ponto de contato, seja nas redes sociais, comunicados, sites, produtos, e-mails etc. É como se tivéssemos vários acessórios no guarda-roupa que, juntos, nos ajudam a manifestar a nossa individualidade como empresa.

COERÊNCIA VISUAL
A coerência de como nos portamos é fundamental para nossas interações. Nosso cérebro, naturalmente, trabalha melhor por associações ou agrupamentos. Por isso, buscamos em tudo um espaço comum com o qual podemos nos identificar, posicionar e relacionar. Além disso, nos mantermos condizentes com nosso discurso também demonstra nossa reflexão e cuidado em tudo que fazemos. É um pensamento estratégico que engloba como nos expressamos (visualmente e verbalmente) e agimos no mundo.

Vamos para a PRÁTICA…
A partir disso, como podemos aplicar esse conhecimento no nosso dia-a-dia como empreendedores? Embora não existam fórmulas definitivas sobre o assunto, separamos algumas dicas que podem auxiliar na sua gestão e estratégia de divulgação, pois nem sempre sobra tempo para se debruçar sobre as temáticas que dizem respeito à comunicação da marca.

SUA MARCA É SUA EXPRESSÃO

Toda marca expressa uma identidade própria. Ela pode transmitir um visual mais delicado ou forte, moderno ou tradicional, jovial ou adulto, e por aí vai. Um exercício para buscar características que possam descrevê-la é tentar imaginar sua empresa como uma pessoa: qual seria sua personalidade e estilo? A partir disso, fica mais simples definir como que você vai desenvolver as demais peças, seja na forma como usa as palavras com público ou nos aspectos visuais. Nesse artigo, vamos focar nas dicas sobre imagem.

CORES
O uso de cores é um recurso visual poderoso na identidade e muitas vezes conseguimos associar suas combinações diretamente às marcas quando bem utilizadas. Quando pensamos no Netflix, por exemplo, facilmente ligamos às cores vermelho e preto. Nesse sentido, além de serem usadas como um recurso para agregar personalidade, também servem como uma ferramenta de propriedade e identificação.

Por isso, é importante conhecer a sua marca para usar as cores de forma consistente a fim de reforçar no imaginário outros aspectos além do nome da empresa. Não é necessário que sejam as mesmas que estão no logotipo, mas é importante delimitar uma paleta de cores que possa ser reproduzida de forma contínua em diferentes mídias.

Quanto à personalidade da marca, é interessante compreender a percepção cultural e efeitos psicológicos que as cores tem. Existem diversos estudos que demonstram as diferentes emoções que cada cor traz nas pessoas. Entenda as características de sua marca e o que ela quer transmitir para seus clientes, como por exemplo: segurança, inovação, sustentabilidade, rapidez etc. Para determinar estilo e um tipo humor, por exemplo, podemos definir paletas mais quentes ou frias, multicoloridas ou monocromáticas, saturadas ou neutras. Combinar cores pode ser um exercício complexo, mas existem alguns sites que nos ajudam nesse processo.

Na prática: Enquanto os sites Coolor e o Color Hunt geram paletas e combinações prontas de cores, no Adobe Color você mesmo pode interagir com a roda de cores e também definir qual relação entre elas você quer obter (análoga, complementar, tríade etc).

TIPOGRAFIA
Esse é um aspecto que muitos deixam passar batido por achar que as fontes têm função apenas como ferramenta de escrita. No entanto, podemos ler as letras também como recurso de imagem. As diferentes características que cada uma possui em seu desenho carregam o contexto de quando e como foram criadas.

Por exemplo, algumas transmitem um aspecto mais humanista, remetendo ao fazer clássico das letras, enquanto outras estão diretamente ligadas ao cenário digital em que vivemos. Nesse sentido, a escolha de qual tipografia deve ser usada para redigir um texto ou compor a marca transmite um conteúdo que vai além do que está escrito.

Outro aspecto a ser considerado é a forma como combinamos diferentes fontes. Não é recomendado usar a mesma tanto no logotipo quanto em outras peças, pois isso tira a força que caracteriza o nome da empresa. É importante também pensar como podemos compor com elas, de forma que o visual se mantenha coerente.

Devemos pensar nelas juntas, mas cada uma dentro de sua própria função. Por isso, ao trabalhar uma marca, é necessário estabelecer tipografias de apoio e estabelecer a hierarquia entre elas: títulos, texto corrido, legendas etc. Um local bom para começar a explorar o universo tipográfico é o Google Fonts que, além de reunir inúmeras famílias tipográficas gratuitas, sugere combinações entre diferentes tipos.

Na prática: Se tiver mais tempo em mãos, os sites do Behance, Pinterest e Dribble são bons locais para explorar e (não apenas baixá-las mas) também descobrir como podem ser empregadas de forma criativa.

GRAFISMOS
São elementos gráficos que compõem a identidade visual. Muitas marcas não dependem deles, mas é um recurso que gostamos de explorar para ampliar nosso leque de possibilidades ao fazer uma composição visual. Geralmente, são formas abstratas ou ilustrações que servem como uma extensão da marca, reforçando uma personalidade, evidenciando o tipo de serviço ou unidades estéticas que possuem um traçado comum com o logotipo. Inclusive, a própria tipografia pode ser utilizada como grafismo, é tudo uma questão de aplicação.

Na prática: Nem sempre temos alguém que possa nos ajudar a elaborá-los, no entanto, alguns sites já oferecem gratuitamente vários recursos, como o Freepik , Vecteezy e ícones no Noun Project. Mas lembrem-se sempre de buscar elementos que agreguem à marca, focando na identidade como um todo.

ESTILO FOTOGRÁFICO
A escolha de fotos muitas vezes é mais complexa do que parece. Não depende unicamente de ter o assunto que queremos na imagem. A maneira como ele é representado enriquece ou diminui a forma como o percebemos. Devemos levar em consideração suas cores, iluminação e enquadramento. Observar como ele é mais valorizado: de forma comparativa, junto a outros objetos ou apenas sozinho, como um ponto focal? Necessita de uma escala humana? Requer uma apresentação mais amigável e humanizada? Todas essas questões vão estar diretamente ligadas ao produto que se quer exibir ou ao conteúdo a ser transmitido, sendo uma forma de expressão visual que pode se comunicar até mesmo sem uma escrita.

No entanto, quando a imagem não é de um produto seu, pode ser difícil conseguir registros para divulgação.

Na prática: No caso dessas representações mais conceituais, indicamos os sites Unsplash e o Freepik. Caso caiba no orçamento, tem os bancos de imagens pagos, como o Shutterstock e o iStock.

APRESENTAÇÃO
Fechando esse arco de sugestões, chegamos à apresentação. É o momento em que queremos nos destacar em meio aos outros e vender nosso peixe. Para isso, devemos carregar tudo o que foi dito até aqui e nos comprometer a atualizar nossas vitrines, sem esquecer da nossa identidade visual!

A presença digital tem se tornado cada vez mais imperativa como condição de existência. Enquanto sites são interessantes para uma navegação mais calma, com maior detalhamento sobre a empresa e os serviços, as redes sociais favorecem o compartilhamento e agilidade na interação.

Na prática: para caber no orçamento, o uso de plataformas como Wix para sites e Canva para apresentações tornam super acessível ter ideias criativas de design e criação de um site próprio. Olhar outras empresas como referência auxilia na estruturação do conteúdo. No entanto, apesar de serem ferramentas fáceis de usar, tendem a gerar resultados mais comuns, já que são recursos pré-configurados.

REDES SOCIAIS
Quanto às redes sociais, é interessante estar atento ao ritmo de postagem. Não basta apenas ter um perfil, mas é preciso favorecer seus algoritmos postando com alguma frequência e usando as famosas hashtags e palavras-chaves que favorecem seu aparecimento em pesquisas.

Na prática: para as hashtags, recomendamos o site All Hashtag, no qual você insere uma palavra tema e ele traz as que se relacionam com ele e são mais utilizadas.

Além da questão de algoritmo, temos a sugestão de “organizar a casa” para se mostrar mais atraente e transmitir maior cuidado na sua divulgação. Muitas empresas utilizam o Instagram pensando nos posts avulsos e em conjunto. Compor o feed torna a navegação muito mais agradável. Junta-se a isso o fato de que assuntos variados e pertinentes tendem a envolver mais o público. Por isso, tenha um olhar mais amplo sobre como fazer os posts.

Nem sempre é necessário usar uma foto. Você pode trabalhar uma imagem de capa sobre um tema e desenvolvê-lo em um carrossel, por exemplo.

Na prática: para organizar o feed e agendar suas postagens, existem aplicativos como o Unum e o Preview. Neles, pode-se acessar, inclusive, alguns gráficos e métricas. Disponível para site, há o Etus ou mLabs para programar os posts.

Por fim, esperamos que essas sugestões auxiliem na sua jornada como marca. Lembrem-se de que todo ponto de contato com seu público precisa ser pensado como estratégia de engajamento e de reconhecimento no mercado. Comunicar é um exercício passivo e ativo, que requer reflexão e ação para que a mensagem seja transmitida e alcançada da melhor forma possível.